segunda-feira, 10 de março de 2025

Revolta contra o Dilúvio levou a construir a Torre de Babel

Arca de Noé, afresco na igreja de San Maurizio, Milão
Arca de Noé, afresco na igreja de San Maurizio, Milão
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Entre muitos outros exemplos da transmissão da narração do Dilúvio em povos muito antigos se pode citar o mito caldeu que evoca Noé com o nome de Utnapishtim (“ele encontrou a vida”, ou “muitíssimo sábio”).

Segundo essa lenda Utnapishtim teria sido um rei da antiga cidade de Shuruppak, no sul do Iraque.

Essa figura faz pensar em Noé que sobreviveu ao Dilúvio construindo e ocupando um barco descrito no mito do dilúvio de Gilgamesh. Cfr. Wikipedia, “Utnapistim”.

Ele é chamado por nomes diferentes: Ziusudra (“Vida de longos dias”), Shuruppak (em homenagem à sua cidade), Atra-hasis (“extremamente sábio”) nas primeiras fontes acadianas, e Uta-napishtim em fontes acadianas posteriores, como a Epopeia de Gilgamesh.

A Epipeía de Gilgamesh e o relato mais antiga da história da humanidade, malgrado seus aspectos lendários
A Epopeia de Gilgamesh e o relato mais antiga da história da humanidade,
respeitada malgrado seus aspectos lendários
A Acádia é mencionada no Génesis (10:10) como sendo uma das cidades principais no nível de Babel, do império de Ninrode o fautor da Torre de Babel.

Levado pelo orgulho e a vontade de “ser como Deus” Ninrode que dizia ser filho de uma virgem, levou a humanidade então toda unida a construir a Torre de Babel:

“Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo topo toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.” (Gênesis 11:4).

Na língua acadiana Babel significaria “Portão de Deus”, mas para os hebreus desde antigo era sinônimo de “confusão” ou “caos”,  pois Deus castigou seu orgulho com o contrário do que pretendiam, dispersando-os pela terra com suas línguas confundidas.

O Império Acadiano incluiu os sumérios e atingiu seu ápice entre os séculos XXIV e XXII a.C., e na sua decadência foi substituída pelos das cidades de e Ur, Nínive e Babilônia. É o mais antigo império conhecido nos reportando às origens da História.



Uta-napishtim é o oitavo dos reis antediluvianos na lenda mesopotâmica, enquanto Noé foi o terceiro depois de Enoque na genealogia do Gênesis.

Ele teria vivido por volta de 2900 a.C., nas narrativas mesopotâmicas, que o apresentam como o Herói do Dilúvio, encarregado por um Deus de criar um navio gigante chamado de Preservador da Vida em vistas de uma inundação universal que destruiria toda a vida.

O castigo pela Torre de Babel foi a confusão das línguas e a dispersão dos homens. Colorização de gravura de Gustave Doré
O castigo pela Torre de Babel
foi a confusão das línguas e a dispersão dos homens.
Colorização de gravura de Gustave Doré
A lenda caldéia diz que a Arca ou o Preservador da Vida era feita de madeira sólida, e tinha em comprimento e largura 200 pés, em todos os sentidos, ocupando o espaço de um acre.

No interior tinha sete andares, cada um dividido em 9 seções. Essa Arca teria sido terminada completamente no sétimo dia e a entrada do navio foi selada assim que todos embarcaram.

O personagem central também levou sua esposa, família, parentes es artesãos de sua aldeia, filhotes de animais e grãos. A enchente que se aproximava eliminaria todos os animais e pessoas que não estivessem no navio.

Após doze dias na água, Uta-napishtim abriu a escotilha de seu navio para olhar ao redor e viu as encostas do Monte Nisir, onde ele posou seu navio por sete dias.

No sétimo dia, ele enviou uma pomba para ver se a água havia recuado, e a pomba não conseguiu encontrar nada além de água, então ela retornou.

Então ele enviou uma andorinha, e assim como antes, ela retornou, não tendo encontrado nada.

Finalmente, Uta-napishtim enviou um corvo que vendo o recuo das águas voou em círculos ao redor da arca, mas não retornou. Uta-napishtim então libertou todos os animais e fez um sacrifício aos deuses.

Ele havia preservado a semente do homem permanecendo leal e confiante a seus deuses.

A lenda é uma confirmação colateral da verdade da narração da Bíblia, transmitida por uma outra civilização muito dedicada aos fenômenos astronômicos e de uma das de muito maior antiguidade da humanidade.









segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Mapa mais antigo do mundo fala da Arca de Noé

Arca de Noé, colorização de detalhe da gravura de Gustave Doré
Arca de Noé, colorização de detalhe da gravura de Gustave Doré
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
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sócio do IPCO,
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O dilúvio universal narrado na Bíblia é um fato lembrado em todas as religiões, inclusive as mais primitivas e sem escritura e orais.

E o mapa mais antigo conhecido pelo homem, recém decifrado, também fala da Arca de Noé.

Trata-se de um fragmento de argila de apenas 12 centímetros que fascina arqueólogos e pesquisadores desde sua descoberta na Mesopotâmia há 143 anos, informou “El Mundo” de Madrid.

A descoberta foi feita em 1882 pelo proeminente assiriólogo Hormuzd Rassam. Ele é considerado uma das figuras mais importantes no estudo da civilização assíria, e desenterrou o mapa nos restos da cidade babilônica de Sippar, às margens do Rio Eufrates, ao sul do atual Iraque.

A peça foi adquirida pelo Museu Britânico em 1882 e o texto foi traduzido pela primeira vez em 1889.

O Mapa Babilonico do Mundo é o mais antigo da humanidade
O Mapa Babilônico do Mundo é o mais antigo da humanidade
No Museu Britânico, em Londres, os pesquisadores passaram anos tentando decifrar seu conteúdo que permanecia enigmático.

Em 1995, Irving Finkel e a pesquisadora Edith Horsley, fizeram uma descoberta crucial: uma parte da tabuleta que se inseria no ponto mais alto dela.

Eles localizaram esse fragmento esquecido nos depósitos do imenso Museu Britânico. Ao montá-lo no canto quebrado da tabuleta, eles se depararam com uma das histórias mais emblemáticas e repetitivas da humanidade: a narração do Grande Dilúvio e da Arca de Noé.

A tabuleta consiste em três partes: o mapa-múndi, um texto acima dele e um texto no verso. Diferenças sistemáticas entre os textos sugerem que ela pode ter sido compilada a partir de três documentos separados.

Conhecida como Imago Mundi, a tábua de argila tem 3.000 anos é considerada o mapa-múndi mais antigo já encontrado.

O Mapa Babilônico do Mundo (também Imago Mundi ou Mappa mundi) foi datado como não anterior ao século IX a.C. sendo mais provável que tinha sido feito pelo final do século VIII ou VII a.C., segundo a Wikipedia.

É a mais antiga representação conhecida do mundo. Outro fragmento pictórico classificado como VAT 12772, apresenta uma topografia semelhante, mas seria anterior de aproximadamente dois milênios.

O explorador e arqueólogo Hormuzd Rassam, descobriu a Imago Mundi no século XIX
O explorador e arqueólogo Hormuzd Rassam,
descobriu a Imago Mundi no século XIX
O mapa é centrado no Eufrates, fluindo do norte (topo) para o sul (embaixo), com sua foz rotulada de “pântano” e “vazão”. A cidade da Babilônia é mostrada no Eufrates, na metade norte do mapa.

Aparecem assim a Mesopotâmia cercada por um “rio amargo” circular ou oceano, e sete ou oito regiões estrangeiras.

O mapa é circular com dois círculos de limite. A escrita cuneiforme rotula todos os locais no mapa circular, bem como algumas regiões fora.

Os dois círculos representam um corpo de água rotulado id maratum “rio amargo” ou mar salgado. 

Babilônia é posta ao norte do centro; linhas paralelas na parte inferior parecem representar os pântanos do sul da Mesopotâmia, e uma linha curva vinda do norte-nordeste parece se referir às montanhas Zagros do Irã.

Irving Finkel conseguiu transcrever as inscripções do Imago Mundi.
Irving Finkel conseguiu transcrever as inscrições do Imago Mundi.
Existem sete pequenos círculos internos dentro do perímetro do círculo, parecendo representar sete cidades. Sete ou oito seções triangulares fora do círculo de água representam “regiões” nomeadas nagu. Sobreviveram as descrições de cinco delas.

Na parte da frente, acima do mapa, um texto de 11 linhas descreve parte da criação do mundo por Deus, que diz ser o patrono da Babilônia, e que separou o Oceano primordial criando a Terra e o Mar.

E acrescenta que criou os peixes no Mar incluindo “a grande serpente marinha”.

Em seguida, descreve a Terra, e menciona pelo menos quinze animais terrestres, entre eles a cabra montesa, gazela, leão, lobo, macaco e macaca, avestruz, gato e camaleão.

Esquematização do Mapa Babilonico do Mundo
Esquematização do Mapa Babilônico do Mundo
Com exceção do gato, todos esses animais eram típicos de terras distantes da Caldeia onde foi feito o mapa.

No verso de 29 linhas parece descrever pelo menos oito nagu ou regiões. Após uma introdução, possivelmente explicando como identificar o primeiro nagu, é dada uma breve descrição de cada um dos oito nagu.

Mas os do primeiro, segundo e sexto estão muito danificados para serem lidos. O quinto nagu tem a descrição mais longa, mas também está danificado e indecifrável.

Concluindo, o mapa é uma descrição panorâmica dos Quatro Quadrantes do mundo.

Por fim, as duas últimas linhas registram o nome do escriba que fez a tabuinha e que diz tê-la copiado de um exemplar ainda mais antigo.



continua no próximo post: Revolta contra o Dilúvio levou a construir a Torre de Babel






segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

O cristianismo preservou as realizações de culturas anteriores

A Igreja não só fez a Civilização Cristã, mas acolheu elementos preciosos de outras civilizações, cristinaizando-os. Na foto o Castel Sant'Angelo, túmulo de um imperador romano
A Igreja não só fez a Civilização Cristã, mas acolheu elementos de outras civilizações, cristianizando-os.
Na foto o Castel Sant'Angelo, túmulo de um imperador romano
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Uma propaganda insistente quer apresentar os séculos marcados pela influência benéfica da Igreja, como eras de retrocesso, barbárie e ignorância provocada pela própria Fé e costumes pregadas pela Igreja Católica.

E, em consequência, essa falsa propaganda canta louvores exagerados dos progressos tecnológicos atuais, sobre tudo quando ligados à crescente paganização dos povos modernos.

A Igreja entretanto só promoveu o desenvolvimento das artes, técnicas e ciências como nunca se viu outra religião ou instituição fazer na História. Confira por exemplo, uma extensa informação a respeito (mas pequena se comparada com tudo o que a Igreja fez em 2.000 anos de existência), em: “Invenções, progresso, ciência e técnicas medievais”.

A Igreja também acolheu, e salvou, as contribuições de civilizações – que em muitos casos acabou convertendo ao ensinamento de Cristo – que contribuíram ao verdadeiro progresso da humanidade.

Entre essas civilizações originalmente pagãs destacou-se o Império Romano que acabou cedendo sua capital para sede do Papado. A Igreja cristianizou esse império de pecado e costumes horrorosos e, por outro lado, acolheu o que tinha de aproveitável, corrigindo os defeitos, como fez com o Direito Romano.

O açude romano de Almonacid de La Cuba, aproveita degraus da pedra para ralentizar a enxurrada
O açude romano de Almonacid , aproveita degraus da pedra para ralentizar a enxurrada
Também sua arquitetura, cujas basílicas foram adaptadas com facilidade para o culto divino e brilham até hoje.

Por essa aceitação do Evangelho e seus divinos ensinamentos tais civilizações também são objeto do esquecimento, malgrado suas boas realizações.

As últimas mortíferas enchentes no sul da Espanha, patentearam a inteligência com que a Igreja preservou as obras dos romanos.

Nos referimos à Depressão Isolada em Altos Níveis (DANA) que causou estragos em Valência, e deixou mais de 200 mortos. As imagens das tempestades e das graves inundações geraram choque no mundo.

No entanto, uma barragem em Saragoça mostrou a sua eficácia, evitando o desastre que atingiu muitas cidades, informou “La Nación”.

Essa barragem foi construída em tempos do Império Romano em Almonacid de la Cuba e tem quase 2.000 anos.

Nos vídeos é possível ver a água subindo até o limite da barragem e depois cai por etapas criadas com o propósito de frear o impulso.

O açude romano cortando o empuxo da enchente
O açude romano cortando o empuxo da enchente
Tudo o contrário de outras cidades de Valência, que sofreram inundações arrasadoras em questão de segundos.

Dezenas de usuários expressaram seu carinho por esta obra arquitetônica da civilização romana e sua utilidade hoje.

Em Almonacid de la Cuba não foram relatados danos ou feridos, o que aliviou o município.

Os espanhóis ficaram satisfeitos com a eficiência da barragem 2.000 anos depois, pois foi construída na segunda metade do século I d.C., na época do imperador Augusto, sob cujo reinado nasceu Jesus em Belém. É a barragem romana mais alta do mundo e é conhecida como La Cuba.

Como a construção é enormemente antiga, diversas modificações foram feitas para torná-la viável até hoje.

Durante a época muçulmana (século III) foi abandonada e depois serviu como barragem de desvio de fluxos para a zona de Belchite, que ainda hoje vigora.

A atual basílica e palacio de São João de Latrão foram residencia do último imperador em Roma, que a Igreja preservou e aprimorou
A basílica e palácio de São João de Latrão foram residência do imperador Constantino,
que a Igreja preservou e aprimorou
As referidas condições meteorológicas causaram destruição e fortes inundações que provocaram a morte de centenas de pessoas.

O fenômeno tem origem em uma corrente de ventos polares muito intensos – entre 150 e 300 quilômetros por hora, aproximadamente – que circulam na parte alta da atmosfera, a 9 mil metros de altitude, e cujo percurso gira em torno do Polo Norte e do Oeste para Leste.

Ao contrário das tempestades habituais, pode permanecer no mesmo local durante vários dias, o que aumenta os danos eventuais das muito intensas chuvas que provoca, como aconteceu desta vez, infelizmente.

Mais uma vez ficou provado como a Igreja e os povos convertidos souberam conservar o que outros tinham feito para o bem da humanidade e o encaixaram no progresso da Civilização Cristã,



segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Mosaicos israelenses dos primeiros séculos
dizem “Jesus Cristo é Deus”

Igreja católica de Megiddo, uma das mais antigas do mundo, como foi achada
Igreja católica de Megido, uma das mais antigas do mundo, como foi achada
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Ficou em exibição em Washington (no Museum of the Bible até julho 2025) o maior objeto arqueológico bíblico depois dos Manuscritos do Mar Morto pela sua antiguidade e relevância, informou o blog Thyself, O Lord.

Trata-se de mosaicos dos primeiros séculos descobertos durante os trabalhos dos prisioneiros em Megido, perto da Galileia, Israel. No local onde foram dar com os mosaicos há atualmente uma prisão de segurança máxima.

Eles faziam parte de uma casa ou local de culto cristão no ano 230 d.C. aproximadamente, mais de cem anos antes do imperador romano Constantino dar liberdade o cristianismo. Portanto em época de perseguições e martírios.

No mosaico se pode ler:

“Akeptous, adorador de Deus, ofereceu a mesa a Deus Jesus Cristo como um memorial”.

Os especialistas sublinham que na inscrição há três coisas extremamente significativas:

1º) Jesus Cristo é reconhecido como Deus;

2º) Foi erguido um altar para cultuar a Cristo;

3º) Já havia romanos que adoravam Jesus Cristo, posto que no local havia uma instalação de soldados romanos na época do mosaico.

Segundo a revista especializada “Biblical Archeaeology”, o mosaico foi descoberto quando se procedia a uma escavação em Kfar Othnay, antigo assentamento da era romana e bizantina descoberto dentro do terreno da moderna prisão israelense de Megido.

O mosaico exposto
O mosaico exposto
O mosaico é grande, medindo cerca de 9,75 metros por 4,88 metros e formava o chão de um salão de culto cristão.

Este salão constituía uma ala de um grande edifício residencial usado pela Sexta Legião Encouraçada estacionada no acampamento militar próximo de Legio.

É o primeiro monumento conhecido em Israel dedicado ao culto cristão. Arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) exploraram o assentamento rural de Kfar Othnay entre 2003 e 2005.

O trabalho feito em parceria com a IAA, foi apresentado em The Megiddo Mosaic: Foundations of Faith. Ele destaca três inscrições gregas que aparecem no mosaico ao lado de muitos motivos decorativos e figurativos.

Essas inscrições reconhecem sete pessoas por seus papéis benéficos na igreja local. Cinco eram mulheres, confirmando sua importância nesta comunidade cristã primitiva.

Uma inscrição reconhece uma mulher chamada Akeptous e contém as palavras abreviadas “Deus Jesus Cristo” — uma afirmação inicial da divindade de Jesus, oficialmente consagrada pelas autoridades da Igreja Católica um século depois.

Especialistas limparam e conservaram o mosaico antes de transportá-lo para Washington, e depois será exposto num espaço especial perto do local original, na vizinhança de Megido.

As inscrições estão em grego, lingua culta na época
As inscrições estão em grego, língua culta na época
O mosaico evidentemente pertence a uma igreja que é das poucas conhecidas que remontam à primeira metade do século III.

A datação baseia-se em vários vestígios, que incluem moedas da época, pedaços de barro de objetos de cerâmica e inscrições que sugerem o ano 230 d.C.

Nesse caso teria pertencido à sala de oração cristã mais antiga já encontrada, segundo Wikipedia.

O piso foi cuidadosamente escondido durante a grande perseguição às primeiras comunidades cristãs da Judeia empreendida pelo imperador romano Diocleciano por volta do ano em 303 d.C.

O local foi identificado em 2005 pelo arqueólogo israelita Yotam Tepper da Universidade de Tel Aviv. Segundo outra versão a descoberta teria sido feita por um recluso da prisão adjacente de Megido.

O local foi escavado e limpo por reclusos do referido presídio militar, e atraiu desde o início muitas manchetes da imprensa da época.

Após um minucioso processo de datação que levou ao século III; concluiu-se que foi feito por fiéis do local durante algum período de tranquilidade, suficiente para desenvolver objetos de arte sacra.

Portanto, a igreja foi anterior aos tempos turbulentos da segunda metade do século.

O mosaico de 54 m² está em muito bom estado e reúne textos, figuras geométricas e representações de peixes, típico dos primeiros cristãos.

É composto por quatro painéis, um de cada lado do que deve ter sido um altar, hoje desaparecido, rodeados por tesselas (peças quadradas ou cúbicas que podem ser utilizadas para revestir pavimentos, mosaicos ou marqueteria) monocromáticas decoradas com rosetas e mosaicos de losangos, e delimitados por molduras de formas entrelaçadas.

Os textos estão escritos em grego antigo e, segundo a própria peça, o artista da obra foi um certo Brutius.

Imagem aérea do mosaico dos primeiros séculos com a inscrição 'Jesus Cristo é Deus'
Imagem aérea do mosaico dos primeiros séculos com a inscrição 'Jesus Cristo é Deus'
O painel sul, adornado com tapete de rosetas, apresenta duas das três inscrições do mosaico.

Uma terceira está no painel norte, e apresenta um octógono rodeado por quadrados separados por losangos e triângulos, e formas que incluem um traste (meandro grego), um escudo, duas luas, uma flor, um tabuleiro de xadrez e, ao centro, um prisma “tridimensional” que encerra um medalhão com imagens dos dois peixes, possivelmente um robalo e um atum.

No centro da superfície, ao pé do que parece ter sido um arco, existem duas pedras retangulares que se acredita terem sido duas das pernas do trapézio.

A inscrição no topo do painel norte é dedicada a Gaiano, o centurião que pagou pela criação do piso de mosaico:

“Gaiano, também chamado Porfírio, centurião, nosso irmão e dignitário, fez com que este terreno fosse feito às suas próprias custas como um ato de liberalidade. O Brucio realizou [realizou/concluiu] o trabalho”.

A inscrição no lado oeste do painel sul é dedicada a “Akeptous, que ama a Deus... e ofereceu o altar a Jesus Cristo Deus como memorial [ou lembrança/homenagem]”.

Vista aérea do sitio arqueológico de Megido
Vista aérea do sitio arqueológico de Megido
Por ‘memorial’ refere-se provavelmente à sagrada comunhão, o que significaria a mesa eucarística, coincidindo com a interpretação atribuída às pernas de pedra no meio da sala, e seria uma das referências arqueológicas (ou seja, não baseadas em textos) mais antiga da missa.

A localização do altar coincide com a disposição de restos de mesas semelhantes nas igrejas do Norte de África, sugerindo que a Missa era celebrada nos séculos III-IV no meio da congregação de fiéis, e não numa parte de o santuário reservado ao clero.

Do ponto de vista teológico, a descoberta confirma que Jesus Cristo era adorado como Deus desde os primórdios da religião católica, desfazendo confusões progressistas modernas ao respeito.

A abreviatura do nome de Jesus Cristo, que usa a primeira e as últimas letras do nome designando-o como um nome sagrado, e a evidência mais antiga desta prática mais conhecida em épocas posteriores, e usada para desnortear aos pagãos nos tempos das perseguições.

O nome do doador Akeptous não permite reconhecer com certeza a quem se refere. O nome poderia ser um derivado do latim Acceptus, e então se referir a um escravo.. Isso seria possível considerando que o salão é uma adaptação de uma habitação humilde preexistente.

No lado oposto do mesmo painel há a chamada “Inscrição Feminina” porque evoca a memória de “Primilla, Cyriaca e Dorothea, e também de Chreste”.

Estas quatro mulheres, do modo que são nomeadas, poderiam ter sido mártires da comunidade primitiva. A disposição dos painéis de mosaico, confrontando as inscrições das mulheres com as dos homens, sugeree que no cristianismo primitivo, homens e mulheres sentavam-se em lados opostos da igreja durante os eventos religiosos, costume que perdurou até antes da reforma litúrgica do Concilio Vaticano II.


Se se confirma que o mosaico é do século III a igreja de Megido disputaria em antiguidade com a igreja doméstica de Dura Europos, situada no leste da Síria, às margens do Eufrates, num local que teria correspondido à província romana da Cele-Síria.

Dura Europos fragmento de imagem da samaritana junto ao poço ou tal vez da Virgem Maria
Dura Europos: fragmento de imagem da samaritana junto ao poço
ou tal vez da Virgem Maria
A igreja doméstica de Dura Europos, na Síria às margens do rio Eufrates, vinha sendo considerada a igreja / local de oração cristã mais antiga conhecida até hoje pois é datada de por volta de 233/235 d.C., ou 241 para outros.

Nessa casa síria, foram recuperados valiosos objetos de culto religioso, como uma pia batismal e murais internos que representam cenas bíblicas do Antigo e do Novo Testamento.

Embora em ambos casos não se chegou a uma datação definitiva, considera-se certo que tenham sido residências particulares, tal vez antigas dependências romanas, que foram modificadas para uso religioso. Poderia se acrescentar a necessidade d sigilo em tempo de perseguição.

O antropólogo Joe Zias, ex-professor e curador do Departamento de Arqueologia e Antropologia da Autoridade de Antiguidades de Israel, defendeu a existência do edifício nas primeiras décadas do século III.

Casos análogos se deram com a igreja de Abu Mena, no Egito; os espaços subterrâneos da Basílica de São João e São Paulo, em Roma, que antes foram quartel romano entre os séculos I e III, e só foram igreja no final do século IV, embora uma igreja clandestina no século I.

Estas igrejas domésticas atendiam à necessidade de eludir as perseguições.

Na verdade, o edifício mais antigo que foi erguido como templo católico desde a sua concepção, do qual há evidências hoje, é a igreja de Aqaba, no sul da Jordânia, a dois quilômetros da fronteira com Israel.

Dita igreja foi construída em duas fases. A primeira remonta a por volta do ano 300 d.C. alguns anos antes da perseguição de Diocleciano.










segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Ciência revelada a Adão teria inspirado pirâmides maias e egípcias

Grande cidade desconhecida com pirâmides descoberta na selva
Grande cidade desconhecida com pirâmides descoberta na selva
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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diversos blogs








Na Península de Yucatán, no sudeste do México, perto do pequeno povoado de Dos Lagunas, foi localizada uma cidade maia inteira escondida aos olhos humanos por um emaranhado de vegetação.

Os cientistas descobriram um extenso conjunto de casas, praças, pirâmides, templos e até uma quadra de futebol com todos os “sinais de uma clássica capital política maia”, segundo pormenorizada reportagem de “La Nación”.

Os pesquisadores chamaram os restos da cidade de Valeriana, cujas maiores construções rivalizam com as mais famosas pirâmides maias.

A descoberta, feita usando uma técnica aérea de varredura a laser chamada Lidar. É possível que ainda existem muitos outros vestígios do antigo mundo maia ainda não encontrados.

Um aspecto extraordinário do mundo maia é que apesar do clima tropical úmido e a invasão da selva, muitos edifícios estão de pé depois de 1.500 anos.

Luke Auld-Thomas, arqueólogo da Universidade de Tulane e da Universidade do Norte do Arizona (EUA), líder da equipe que fez a descoberta observou que com a tecnologia “colunas podem ser vistas ao longo da fachada dos edifícios administrativo que estão em muito boas condições. Muitos deles ainda têm detalhes arquitetônicos bastante bem preservados”. 

Muitos deles, aliás, de significado demoníaco.

Fica a interrogação de como os antigos construtores maias ergueram uma arquitetura capaz de resistir à devastação dos milênios e da intempérie tropical.

A civilização maia surgiu antes do ano 2.000 a.C. e se estendeu pelo México, Guatemala, Belize, Honduras e El Salvador.

Entre 250 e 900 d.C., ela construiu imponentes templos piramidais, belos palácios e edifícios decorados com esculturas intrincadas e máscaras esculpidas que faziam alusão a seus deuses perversos ou a figuras históricas ou míticas.

A tecnologia LIDAR permite 'ver' restos arqueológicos através da cobertura vegetal
A tecnologia LIDAR permite 'ver' restos arqueológicos através da cobertura vegetal
Os mais famosos são os de Chichén Itzá, em Yucatán, México, que têm no centro uma pirâmide de 30 metros de altura chamada Templo de Kukulcán.

Há também o Templo IV, uma pirâmide de 65 metros de altura nas ruínas da antiga cidade de Tikal, na Guatemala.

As tecnologias como o Lidar permitem revelar desde o ar quão difundidos estão os assentamentos maias.

Juan Carlos Fernández-Díaz, engenheiro da Universidade de Houston, Texas, que participou no estudo, mapeou áreas do México, Guatemala, El Salvador e Honduras, com a tecnologia Lidar nos últimos 15 anos.

E disse que em quase todos os lugares a arquitetura maia está bem preservada.

A maior e mais antiga estrutura cerimonial maia foi descoberta no sítio arqueológico Aguada Fénix, em Tabasco, no México, em 2020.

Ela consiste numa longa plataforma elevada retangular de 1.400 metros de comprimento e entre 10 e 15 metros de altura. Foi construída com barro e terra entre os anos 1.000 e 800 a.C.

Outra equipe descobriu um enorme sítio maia de 1.700 quilômetros quadrados no norte da Guatemala onde há 1.000 assentamentos conectados por caminhos. “Se lançarmos um dardo no mapa, onde quer que aterrisse, haverá algum tipo de infraestrutura maia”, disse Fernández-Díaz.

A durabilidade das construções se deve ao uso da pedra unidas e a uma argamassa singular que manteve unidas as estruturas pétreas.

Compunham essa massa com uma mistura de materiais naturais: sangue, ovos e borracha natural.

Os especialistas acreditam que os pedreiros maias obtinham borracha das árvores locais e a usavam como aglutinante de uma argila de grão fino.

Com o LIDAR, cientistas podem iniciar estudos de cidades sumidas na selva
Com o LIDAR, cientistas podem iniciar estudos de cidades sumidas na selva
Amostras de argamassa do sítio arqueológico de Río Bec, a sudeste de Campeche, encontrou que os pedreiros maias adicionaram cinzas vulcânicas.

Ainda mais surpreendente é a preservação de moldes de gesso decorados que os maias usavam para proteger pisos ou paredes interiores, unir pedras e cobrir e decorar as paredes, como em Tikal e Copán, antigo sítio maia em Honduras.

Em 2023, Carlos Rodríguez-Navarro, mineralogista da Universidade de Granada (Espanha), constatou esculturas e templos adornados com gesso de Copán que permaneciam em excelentes condições após um abandono de 1000 anos em clima tropical.

Os pedreiros locais da região, descendentes diretos dos antigos maias, costumam usar extratos de plantas e, principalmente, seiva das árvores Chucúm e Jiote (Chaká) em sua mistura.

Os pesquisadores seguindo o conselho dos pedreiros adicionaram à mistura o suco da casca das árvores mencionadas obtendo um gesso especialmente forte e durável.

“Conseguimos reproduzir com exatidão as propriedades do material antigo”, explicou Rodríguez-Navarro.

Os cientistas analisaram o gesso original com raios X de alta resolução, visualizando o material em escala atômica e constatando a similitude com o gesso milenar.

Segundo Rodríguez-Navarro, “é muito difícil quebrar esse material, porque é um composto entre materiais orgânicos e inorgânicos”.

A incorporação de matéria orgânica vegetal produz que se dissolve sob as chuvas, fator muito importante num clima caracterizado por furacões e fortes chuvas.

Prédios com o cimento moderno não duram mais de um século. Na foto Hong Kong
Prédios com o cimento moderno não duram mais de um século.
Na foto Hong Kong
“Há partes do mundo onde pirâmides foram demolidas com escavadeiras para usá-las como aterro de estradas ou porque atrapalham o gado”, disse Auld-Thomas, acrescentando: “No entanto, é difícil fazê-lo quando há muitas árvores em volta”.

Os maias também transformaram a paisagem que, como defende Auld-Thomas “foi amplamente modificada pelos maias para a agricultura”.

“Todas as superfícies inclinadas são esculpidas, escalonadas e completamente remodeladas para cultivar alimentos e manter os pés secos na estação das chuvas”, observou.

Isto põe em destaque, observamos nós em concordância com as conclusões dos cientistas, que os indígenas mais longínquos de nós no tempo, habitantes de selvas tropicais estavam muito longe de serem os primitivos semi-nus que o comuno-progressismo, o tribalismo e o ecologismo pretendem imaginar.

Hoje nos estão sendo vendidas supostas imagens dos “índios” tropicais inventadas em laboratórios ideológicos da Europa, dos EUA e, infelizmente, de teólogos de avançada em sacristias, conventos e palácios episcopais.

Também a análise da escolha de materiais feita pelos maias, nos fala de arquitetos com uma técnica desconhecida pelo progresso moderno.

O concreto armado usado na maioria dos edifícios modernos suporta enormes arranha-céus, mas que está anunciado que não vão durar.

A vida útil dos edifícios de concreto e aço é de cerca de 50 a 100 anos! E as grandes estruturas maias estão ali há séculos e/ou milênios!

Segundo o mineralogista da Universidade de Granada Rodríguez-Navarro, inspirar-se no conhecimento dos antigos maias poderia ajudar a tornar mais duráveis os prédios que nós achamos ser o requinte do progresso.

As descobertas citadas apontam para uma categoria de engenheiros de uma ciência e de uma técnica que surpreende aos cientistas modernos.

Deus ensinou a Adão tudo o necessário para fundar a civilização, colegiata de San Gimignano, Itália
Deus ensinou a Adão tudo o necessário para fundar a civilização.
Colegiata de San Gimignano, Itália
Onde eles tiraram essa técnica?

Da mesma maneira que as pirâmides do Egito, pirâmides e construções maias deixaram registrado em pedra uma ciência e uma técnica agora apreendida nas descobertas.

Santo Tomás de Aquino ensina na Suma Teológica, no primeiro momento da Criação, Deus comunicou ao primeiro homem ‒ Adão ‒ todos os conhecimentos naturais necessários para fundar a civilização.

“o primeiro homem (…) também foi feito perfeito na sua alma para que pudesse instruir e governar aos demais.

“Porém, ninguém pode instruir sem possuir ciência. Por isso mesmo, o primeiro homem foi criado por Deus de maneira que tivesse ciência de tudo aquilo em que o homem pode ser ensinado. Isto é, de tudo o que existe virtualmente nos princípios evidentes por si mesmos; isto é, de tudo o que o homem pode conhecer naturalmente”. (São Tomás de Aquino, “Suma Teológica”; I, q. 94) Fonte (em espanhol).


Adão teria ensinado aquela ciência para as gerações à sua descendência, ainda depois do pecado original, nesta terra de exílio. Entretanto, passando oralmente de uns a outros, teria ido se perdendo.

Adão e Eva expulsos do Paraíso pelo pecado original, conservaram todos os ensinamentos materiais, capela palatina, Palermo, Sicilia, século XII
Adão e Eva expulsos do Paraíso pelo pecado original,
conservaram todos os ensinamentos materiais.
Capela palatina, Palermo, Sicília, século XII
Nesta perspectiva, explicada logicamente por Santo Tomás, é improcedente supor que o homem tenha se originado em épocas escuras das que foi saindo, por evolução, de um estado animalesco até adquirir a inteligência.

O homem descende da obra prima de Criação divina. E como Deus tudo faz com perfeição, o primeiro casal foi de uma perfeição que fizeram de Adão o homem naturalmente mais parecido com Jesus Cristo.

Após a confusão das línguas, os povos se dispersaram levando esses conhecimentos que, construindo pirâmides, parecidas com Babel.

Ainda que moralmente em constante decadência, caindo por religiões falsas e até demoníacas, teriam sido remotos herdeiros do saber comunicado por Deus ao primeiro homem, produzindo obras surpreendentes como as pirâmides egípcias, maias e em ainda outros países.

O tema é muito extenso e ocupa estes posts:

I. As pirâmides do Egito e a ciência de Adão comparadas por um sacerdote astrônomo

II. As revelações de Quéops, a Grande Pirâmide

III. Quem revelou os conhecimentos científicos contidos na pirâmide de Quéops?

IV. A revelação de Deus a Adão, os mistérios do Egito e das civilizações desaparecidas

V. (fim) Adão recebeu de Deus conhecimentos que transmitiu oralmente e que os egípcios gravaram na pedra.

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Achada espada do faraó increpado por Moisés

Estátua de Ramsés II no Templo de Luxor
Estátua de Ramsés II no Templo de Luxor
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Há mais de 3.000 anos, o profeta Moisés enfrentou ao todo-poderoso faraó do Egito para obter a libertação do povo judeu da escravidão com que o oprimia.

Mas quem foi esse faraó? O livro do Êxodo não nos diz seu nome e os cientistas disputam em certa medida quem poderia ter sido.

A opinião predominante na ciência histórica é que tudo leva a crer esse faraó foi Ramsés II, também referido como Ramsés II, que reinou entre aproximadamente 1279 a.C. e 1213 a.C., o segundo mais longo do Antigo Egito que marcou o auge final do poder militar do reino dos faraós.

Ele foi o mais poderoso do Antigo Egito, e era servido – ou enfeitiçado – por sacerdotes bruxos. Esses, na disputa contra Moisés, fizeram prodígios preternaturais só atribuíveis ao rei dos infernos, Lúcifer.

Para remover a resistência do monarca absoluto, Moisés enviou as dez pragas bíblicas que o constrangeram a deixar sair os israelitas de escravidão para o êxodo rumo à Terra Prometida.

O reinado de Ramsés II foi o mais longo e prestigioso da história dos faraós, marcado por construções colossais cujas ruínas causam admiração até hoje. Os hebreus teriam trabalhado como escravos para construir templos e cidades a serviço do faraó.

Moisés e Arão enfrentam o Faraó, Gustave Doré (1832 — 1883)
Moisés e Arão enfrentam o Faraó,
Gustave Doré (1832 — 1883)
A maioria das evidências arqueológicas e mesmo bíblicas aponta para ele como a faraó do episódio famoso com Moisés, mas sem dissipar inteiramente a dúvida. Alguns supõem que possa ter sido Tutemés III.

E ainda outros propõem que o faraó opressor mencionado em Êxodo (1: 2–2: 23) foi Seti I (r. 1290–1279 a.C.), e o faraó durante o Êxodo foi Ramsés II (r. 1279–1213 a.C.).

Moisés, o instrumento de Deus para libertar os hebreus, pertencia a tribo de Levi e teria vivido 120 anos, mais precisamente entre 1391–1271 a.C. Mais ainda a este respeito há diversas opiniões.

Nesta matéria que requer muita prudência, as melhores e mais acatadas opiniões se inclinam a achar que foi Ramsés II, de prolongado reinado.

Ramsés II, espada de bronze com seu selo (Courtesy of Egyptian Ministry of Tourism and Antiquities)
Ramsés II, espada de bronze com seu selo
(Courtesy of Egyptian Ministry of Tourism and Antiquities)
Agora, uma equipe de arqueólogos que escavava um antigo forte militar localizado a 50 quilômetros a sudeste de Alexandria descobriu e limpou uma longa espada ornamentada com a insígnia de Ramsés II, informou o “The Washington Post”.

O espantoso é que sob camadas de ferrugem e sujeira acumuladas ao longo de milhares de anos, a espada não perdeu seu brilho. Assim nessa folha de bronze brilhante ainda é visível o emblema pessoal do faraó.

“É uma descoberta verdadeiramente surpreendente”, disse Elizabeth Frood, egiptóloga da Universidade de Oxford, que não esteve envolvida na escavação.

Pela coincidência das datas, a descoberta veio reforçar indiretamente a suposição de ter sido ele o faraó increpado por Moisés,.

A descoberta da arma foi feita por arqueólogos do Ministério de Antiguidades do Egito num esconderijo de antigos tesouros egípcios escavados no antigo forte militar de Tell Al-Abqain, uma cabana de barro no Delta do Nilo.

Segundo o Ministério, o forte foi um posto avançado crucial para proteger as fronteiras noroeste do Antigo Egito na era do Novo Império, período áureo daquela civilização infestado de demonismo e conhecido até hoje pela sua arquitetura monumental.

Segundo a egiptóloga Frood, o fato de a espada ter sido descoberta em um ambiente de trabalho, e não dentro de uma tumba, torna a descoberta incomum.

“O fato de um objeto ter a cartela de Ramsés II sugere que ele pertencia a alguém de posição relativamente elevada”, diz o arqueólogo. “Ser capaz de exibir tal objeto, mesmo que ele estivesse embainhado, era um sinal de status e prestígio”.

No local, os arqueólogos também encontraram um delineador de marfim para aplicar Kohl, cosmético usado por homens e mulheres para afastar dos olhos os insetos que espalhavam doenças que cegavam. Também acharam escaravelhos cerimoniais, para uso em rituais diários dos antigos soldados de Ramsés II, e incluindo dois colares e metade de um anel de latão.

Aiman Ashmawy, arqueólogo do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito e membro da equipe que participou na escavação, refere que no forte havia grandes potes para guardar alimentos com restos de peixes e ossos de animais além de fornos cilíndricos de cerâmica para cozinhar, sugerindo que no local funcionava alguma cantina.

Sitio arqueológico onde foi achada a espada
Sitio arqueológico onde foi achada a espada
Os objetos estavam numa fileira de cabanas de barro perfeitamente organizadas, típicas dos quartéis e depósitos de armas egípcios, separadas por uma passagem estreita. O traçado é consistente com a arquitetura oficial do estado egípcio da época encontrada em outras partes do país.

O secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, Mohamed Ismail Khaled, disse que o forte militar formava parte de um anel de “unidades defensivas da fronteira ocidental do Egito, e eram utilizadas como bases para operações militares contra grupos de líbios”.

Os antigos egípcios deixaram inscrições vívidas detalhando os seus ferozes confrontos com esse povo fronteiriço que os atacou repetidas vezes.

A espada pode ter sido de uso militar ou tal vez cerimonial, uso ao qual os egípcios davam muita importância por sua inclinação a uma religião altamente simbólica dos poderes infernais.

A curiosidade do achado arqueológico ressalta na nossa época em que a Igreja Católica e o catolicismo em geral gemem sob a infiltração despótica da fumaça de Satanás nos ambientes mais sagrados e mais categorizados.

O faraó que escravizava o povo eleito foi uma prefigura da Revolução comuno-progressista que também escraviza moralmente aos católicos.

A aparição da lâmina daquele opressor do Antigo Testamento na nossa época que tem fortes traços de analogia com aquela, nos faz pensar na vinda de alguém enviado por Deus como um novo Moisés para nos tirar da extrema aflição.

Moisés e Arão ante o Faraó, William Brassey Hole (1846 – 1917)
Moisés e Arão ante o Faraó, William Brassey Hole (1846 – 1917)
A comparação que fazemos de ambas situações separadas por 3.000 anos de história, em verdade não é nossa. Foi feita por um santo religioso carmelitano dotado de luzes proféticas e elevado à glória dos altares pela Igreja: o Beato Padre Francisco Palau y Quer (1811-1872).

Ele considerava que ante a penetração de Satanás e de sua “estirpe humana de Judas” inclusive nas mais altas esferas da Igreja, impunha que Deus enviasse à Terra um amado filho seu dotado de poderes especiais para derrotar a tirania universal do demônio e de seus servidores humanos.

O Beato Palau aspirava pela vinda do profeta Elias como está anunciada no Novo Testamento.

Porém, reconhecia que poderia ser um outro escolhido, com outro nome, mas que realizaria a “missão de Elias” e tiraria a Igreja da opressão diabólica em que está.

Para distingui-lo ele criou um perfil que denominou “Moisés da Lei da Graça” dizendo que aquele que se encaixe nesse perfil, será o enviado ainda que tenha outro nome.

O achado da espada do faraó nos convida a reflexões do gênero.


segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Amazônia: estonteante dependência do Saara

Poeira fertilizante do Saara todo ano passa por cima do Atlântico e sustenta a vida na Amazônia e no Caribe
Poeira fertilizante do Saara todo ano passa por cima do Atlântico e sustenta a vida na Amazônia e no Caribe
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







A Amazônia é a maior floresta tropical úmida da Terra. E o Saara é o maior e mais quente deserto do mundo.

Na aparência, nada de mais diverso e sem relação um com outro. Uma imensa selva verde úmida no coração da América do Sul, e um infindável areal, composto de poeira e pedra, onde sopram ventos ardentes no norte da África.

Porém, se, por ventura, os dois estivessem vitalmente unidos? Se o mais pleno de vida dependesse do mais morto para sobreviver, quem ou o quê poderia ter criado essa inter-relação?

Por certo, uma interdependência tão profunda foge à imaginação do homem e a qualquer instrumentalização ou fabrico também humano.

Também fugiria às regras da teoria da evolução de Darwin, segundo o qual tudo o que há procede de uma realidade pré-existente, e essa de outra, por uma série intérmina e jamais demonstrada de mutações atribuíveis ao azar e à necessidade.

Há, porém, um fenômeno que envolve ventos e minérios sem vida e que sustenta a vida vegetal e animal na maior floresta tropical úmida do planeta.

Amazônia: estonteante dependência do Saara criada por Deus
Amazônia: estonteante dependência do Saara criada por Deus
Chegando no III milênio a ciência com seus mais avançados instrumentos pode documentar e mensurar esse fenômeno colossal.

Dito fenômeno une essas duas imensas realidades geográficas tão dissemelhantes passando por cima de um oceano.

Pela primeira vez um satélite da NASA mensurou em três dimensões a quantidade de poeira do Saara trazida pelos ventos por cima do Atlântico.

E calculou não só a poeira, mas também o fósforo que vem no meio dela: 22.000 toneladas de fertilizante puro, do qual a selva da Amazônia depende para existir.

A equipe comparou o conteúdo de fósforo da poeira do Saara na depressão de Bodélé com dados das estações científicas de Barbados, no Caribe, e de Miami, nos EUA.

Os resultados do estudo foram publicados na Geophysical Research Letters, revista da American Geophysical Union, segundo divulgou a NASA (vídeo embaixo).

O líder do trabalho foi Hongbin Yu, cientista da atmosfera da Universidade de Maryland que trabalha no Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Maryland. Yu e sua equipe fizeram os cálculos com base em dados coletados pelo satélite Calipso, da NASA, entre 2007 e 2013.

Yu e sua equipe estudaram a poeira que provém especialmente da Depressão de Bodélé, no Chade. Trata-se de um antigo lago seco cujas rocas compostas por micro-organismos mortos estão carregadas de fósforo.

Esse é um nutriente essencial para o crescimento das plantas e a vegetação depende dele para florescer.

O estudo analisou especialmente a depressão de Bodélé de onde sai boa parte do fósforo fertilizador.
O estudo analisou especialmente a depressão de Bodélé de onde sai boa parte do fósforo fertilizador.
Os nutrientes são escassos no solo amazônico e alguns deles, como o fósforo, são lavados pelas chuvas. Sem os fosfatos (sais do fósforo), a floresta da Amazônia estaria condenada à morte.

Porém, segundo Yu, o fósforo que chega do Saara, estimado em 22.000 toneladas por ano, equivale aproximadamente à mesma quantidade levada pelas chuvas e pelas enchentes.

Esse fósforo é apenas 0,08% das 27,7 milhões de toneladas de poeira do Saara depositadas anualmente na Amazônia.

No total, os ventos do deserto africano levantam cada ano 182 milhões de toneladas de poeira. O volume encheria o volume de carga de 689.290 caminhões. O pó viaja 2.800 quilômetros sobre o Atlântico até cair na superfície arrastado pela chuva.

Perde-se uma parte pelo caminho. Chegando à costa do Brasil, ficam ainda no ar 132 milhões de toneladas. Por fim, 27,7 milhões de toneladas – capazes de encher 104.908 caminhões – caem sobre a superfície da bacia Amazônica. Outros 43 milhões de toneladas seguem para o Caribe.

É o maior transporte de poeira do planeta. Há importantes variações segundo os anos, dependendo dos ventos e de outros fatores.

Desta maneira o deserto morto sustenta a vida na exuberante floresta amazônica tropical e úmida. Sem o Saara a mata da Amazônia não existiria.

Vídeo: Amazônia: estonteante dependência do Saara criada por Deus



Quem teria imaginado algo tão extraordinário funcionando há milênios de anos como uma engrenagem supremamente sábia?

Fenômenos como o identificado pela NASA postulam a existência de um Deus que criou o mundo com infinita sabedoria e o governa com insondável poder. Mosaico siciliano do século XII
Fenômenos como o identificado pela NASA postulam a existência de um Deus
que criou o mundo com infinita sabedoria e o governa com insondável poder.
Mosaico siciliano do século XII
Há certos fenômenos naturais que nos obrigam a reconhecer um Criador de uma sabedoria e de um poder infinitos.

Isso apesar de uma intensa propaganda que chega ao absurdo de dizer que o ecossistema do planeta depende decisivamente de nós.

Sem o homem saber, desde que o Saara e a Amazônia existem o pó fertilizante do deserto africano chega na dose certa, mas colossal, todo ano, por cima do Atlântico.

Quem tem a sabedoria para imaginar esse processo sustentador de uma floresta como a amazônica da qual depende a Terra toda, a outros títulos?

Quem tem o poder para criar e depois garantir esses processos em sua regularidade constante há milênios?

Sem dúvida a ciência presta um inestimável tributo com uma descoberta como esta que postula a existência de um Deus criador e sustentador do céu e da terra.