segunda-feira, 27 de março de 2023

Sodoma: uma megalópole fastuosa
que desapareceu de um modo sem precedentes

Tall el-Hammam reconstituição artística de como foi Sodoma.
Tall el-Hammam reconstituição artística de como foi Sodoma.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








continuação do post anterior: As ruínas de Sodoma: lições para o presente e para o futuro


Os trabalhos dos arqueólogos que acharam as ruínas de Sodoma estão concentrados em Tall el-Hamaam, na Jordânia. Gomorra estava localizada um pouco mais ao norte, também no vale do Jordão, perto do Mar Morto.

Na Bíblia, Sodoma é descrita rodeada de vegetação, bem irrigada, uma das maiores cidades ao leste do Jordão, cruzamento de rotas comerciais, e devido à sua riqueza e seu tamanho, pesadamente fortificada com torres e altas e largas muralhas.

A cidade que está sendo posta à luz corresponde a essa descrição. É a maior cidade desenterrada por cientistas na região, pois ela era maior entre cinco e dez vezes que qualquer vizinha.

O chefe da equipe de arqueólogos é o Dr. Steven Collins, professor de Arqueologia na Trinity Southwestern University, de Albuquerque, New Mexico, EUA. Segundo ele, tratou-se de uma cidade “monstruosa” – uma megalópole – se comparada com as outras da região no mesmo período histórico.

O Dr. Steven Collins sinaliza na foto aérea o local do achado.
O Dr. Steven Collins sinaliza na foto aérea o local do achado.
A equipe encontrou muralhas e defesas muito encorpadas, que incluem muros de 5,2 metros de largura e 10 metros de altura.

Foi possível identificar portas de ingresso, torres, postos de vigia, rondas e uma praça central que faziam parte do sistema defensivo.

“Foi uma empreitada enorme, explicou Collins, que requereu milhões de tijolos e grande número de pedreiros”, segundo noticiou o jornal britânico “Daily Mail”.

A cidade-estado foi sendo ampliada e fortificada constantemente, como evidenciam seus muros.

Na metade da Idade do Bronze, a muralha foi substituída por outra mais larga, com 7 metros de espessura, e que incluía uma espécie de anel viário que dava a volta na cidade.

Mas, além das concordâncias descritivas com a Sodoma da Bíblia, há outros dados mais desconcertantes e exclusivos da misteriosa cidade.

A destruição de Sodoma, segundo iluminura do século XIII. William de Brailes (1230 – 1260)
A destruição de Sodoma, segundo iluminura do século XIII.
William de Brailes (1230 – 1260)

Uma extinção repentina e singular


Tall el-Hamaam, a “Rainha do Sul do Vale do Jordão”, sumiu num brusco desastre final que engoliu Gomorra e numerosas pequenas cidades em torno dela.

Os restos do local evidenciam que a urbe estava em pleno apogeu no final da Idade do Bronze, quando teve um final repentino e catastrófico. A orgulhosa cidade tornou-se erma de um momento para outro, e ficou assim durante séculos.

Fragmentos de cerâmica recolhidos na jazida evidenciam que foram afetados por grandes temperaturas, maiores que as de um incêndio ou de um forno.

O fenômeno foi comparado ao verificado em cerâmicas recolhidas nos locais onde se fizeram testes com a bomba atômica, nos EUA.

O Dr. Collins destaca que sob todos os pontos de vista práticos, a cidade descoberta bate com a Sodoma da Bíblia.

Foi a maior cidade da fértil região de Kikkar. Mas, após um evento súbito e catastrófico, a luxuriante urbe virou um local abandonado durante mais de 700 anos.

Outra cidade cresceu no local durante a Idade do Ferro, entre os anos 1000 e 332 antes de Cristo, porém não teve relação com a anterior e também acabou sendo abandonada.

Os pesquisadores encontraram artefatos produzidos nessa Idade. Mas um silêncio estarrecedor de mais de sete séculos faz pensar que uma lembrança terrível afastava os homens de um local mal-assombrado.

Sodoma, o local das escavações.
Sodoma, o local das escavações.

Sodoma, o asteroide e o “Planisfério” de Nínive


O professor Collins diz não saber a causa da súbita desaparição de cidade tão grande e poderosa.

Em 2008, dois especialistas em foguetes – Alan Bond e Mark Hempsell – que tentavam decifrar uma tabuleta circular recuperada no século XIX na Mesopotâmia e conservada no British Museum, chegaram a uma sedutora conclusão.

Eles passaram oito anos nessa empreitada e, com a ajuda de computadores, puderam fixar a data em que tinha se dado a disposição das estrelas na tabuleta.

Por fim chegaram à conclusão de que a tabuleta foi obra de uma testemunha ocular da explosão de um asteroide sobre a região de Sodoma e Gomorra, na data aproximada em que elas desapareceram sob um dilúvio de fogo e enxofre, segundo a narração bíblica.

A tabuleta suméria conhecida como "Planisfério" e decifrada por Alan Bond e Mark Hempsell descreve um asteroide explodindo sobre a região de Sodoma e Gomorra.
A tabuleta suméria conhecida como "Planisfério"
e decifrada por Alan Bond e Mark Hempsell
descreve um asteroide explodindo
sobre a região de Sodoma e Gomorra.
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Para os especialistas, um asteroide de 1,6 quilômetros de largura explodiu na região, provocando a morte de milhares de pessoas e devastando tudo numa superfície de mais de um milhão de quilômetros quadrados.

O impacto teria tido uma força 100 vezes mais poderosa que a maior bomba criada pelo homem, algo assim como mais de 20 bilhões de toneladas de TNT. Ele teria gerado um dos maiores desabamentos da história do mundo.

A tabuleta de barro é chamada de Planisfério, foi descoberta pelo arqueólogo britânico Henry Layard na época vitoriana, e faz parte da Biblioteca do Palácio Real de Nínive, conservada no British Museum.

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