segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Ateísmo e marxismo encontram apoio em Darwin (4)

Onibus ateu de Richard Dawkins
continuação do post anterior

Um exemplo de “cruzada sem cruz” no Brasil

O apologista mais rumoroso do darwinismo, o biólogo Richard Dawkins, promoveu uma coleta de fundos para pagar anúncios colados em ônibus urbanos de cidades como Londres e Madri — os chamados ônibus-ateus —, com a mensagem: “Provavelmente Deus não existe. Deixe de se preocupar e goze sua vida”.

Em sua “cruzada sem cruz” contra Deus e o Criador, Dawkins esteve no Brasil. Falou sobre o tema “Fé e ciência não vivem juntas”, na 7ª Festa Literária Internacional de Paraty (RJ).



Segundo ele, “a religião não oferece coisas boas, obrigando as pessoas a viverem entre a escolha do bem ou do mal. Também não oferece uma explicação convincente para a evolução do homem. Acho que acreditar em algo de que não tenha provas é muito perigoso”. Seu último livro leva o significativo título: Deus, um delírio.(8)

O evolucionismo religioso modernista ou progressista

O evolucionismo científico foi avidamente assimilado por uma corrente interna do catolicismo denominada modernismo, funestíssima doutrina que o Papa São Pio X condenou como herética.

Na encíclica Pascendi,(9) ele verbera o modernismo porque, “em sua doutrina, a evolução é quase o capital. […] O dogma, a Igreja, o culto sagrado, os livros que reverenciamos como santos, e até a própria fé, […] devem se sujeitar às leis da evolução” (nº 25).

“Segundo a doutrina e as maquinações dos modernistas, nada há estável, nada há imutável na Igreja” (nº 27).

Sobre esse erro, o santo pontífice aplicou qualificativos como “a síntese de todas as heresias” e “cúmulo infinito de sofismas, com os quais se racha e se destrói toda a religião”.

Após o falecimento de São Pio X, os modernistas voltaram à tona, recebendo o nome de progressistas.

Pe. Teilhard de Chardin SJ
Entre seus teólogos destacou-se o Pe. Teilhard de Chardin S.J., adepto ferrenho das teorias de Darwin, e que se envolveu numa grosseira fraude para fazer passar o esqueleto de um macaco pelo de um homem primitivo, o denominado "homem de Piltdown".

O Pe. Teilhard de Chardin SJ desenvolveu sofismas teológicos para encaixar o evolucionismo na doutrina católica. Recorreu a fórmulas não menos confusas que as darwinistas, embebidas de panteísmo.

Para ele, Deus seria a força que procura realizar-se através da evolução do universo. Esse “deus” incubado na natureza extraiu o homem do macaco e o impulsiona rumo a uma divinização futura.(10)

Em virtude disso, para os progressistas a religião deve se colocar a serviço do homem, não tendo mais sentido cultuar um Deus transcendente e pessoal, invenção de uma etapa medieval ou inferior da evolução.

Na prática, tais doutrinas desfechavam numa “luta de classes” dos leigos contra a Hierarquia eclesiástica, na abolição das formas tradicionais de piedade e na adoção de cultos e templos que refletissem essa religiosidade cósmica.

O "homem de Piltdown": uma das maiores fraudes científicas
A moral, a ascese, a ortodoxia doutrinária perderiam sentido. A “nova moral” era a do sorriso, filho da consciência dessa presença do Cristo evoluindo, incubado no mundo. No profético livro Em Defesa da Ação Católica, Plinio Corrêa de Oliveira denunciou em forma magistral e exaustiva para onde levavam tais erros morais.

O evolucionismo social: Marx e a “luta de classes”

O evolucionismo dito científico de Darwin favoreceu o evolucionismo social. Uma das figuras de proa desse evolucionismo foi Karl Marx.

O marxismo desenvolveu teorias muito análogas às darwinistas para justificar as teses mais inumanas. A “seleção natural” das espécies ofereceu uma aparência de cientificismo à “luta de classes” do marxismo-leninismo.

Na obra A Origem das Espécies, discorrendo sobre a “seleção natural”, Darwin afirma: “Como resultado direto desta guerra da natureza, que se traduz por fome e morte, o fato mais admirável que possamos conceber é a produção de animais superiores”.

Marx raciocinou de modo semelhante em matéria de “luta de classes” e evolução histórica, como escreveu no diário “New York Daily Tribune”: “As classes e as raças fracas demais para enfrentar as novas condições de vida devem sair do caminho”.(11)

E acrescentou depois que as raças mais fortes (as revolucionárias) deveriam realizar sua tarefa, enquanto “a principal tarefa de todas as outras raças e povos, grandes e pequenos, é perecer no holocausto revolucionário”.(12)

Trofim Danissovich Lyssenko
Nessa luta, gerar-se-ia o “homem novo” comunista, estágio mais avançado da evolução da matéria. O resultado disso foi o mais espantoso genocídio da História, levado a cabo por razões ideológicas e pretensamente científicas. A cifra de 100 milhões de vítimas, denunciada no Livro Negro do Comunismo, é tida hoje como aquém da realidade.

Na URSS de Stalin, o formulador oficial do evolucionismo marxista-leninista foi Trofim Danissovich Lyssenko, que se dizia seguidor de Darwin e aplicava à doutrina comunista o princípio darwiniano da “luta de todos contra todos na natureza”.(13)

Não só expurgos e chacinas, mas extermínios de classe e minorias étnicas “mais fracas” foram assim coonestados. Lyssenko empreendeu experiências para modificar vegetais e animais, mudando seu meio ambiente.

Assim deveria acontecer em virtude dos postulados evolucionistas. Mas a teoria não podia dar certo, e “os camponeses soviéticos jamais puderam se recuperar do desastre provocado por essas inovações”, observou o já citado Prof. Lecourt.

Os cientistas russos que contestaram as fraudes de Lyssenko foram deportados para a Sibéria... Uma prefigura, aliás, do exílio moral e propagandístico a que os evolucionistas condenam hoje aqueles que não aceitam o “dogma” darwinista.

Fontes bibliográficas no último post da série

Continua no próximo post

(Fonte: Catolicismo nº 704, Ano LIX, setembro 2009).

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